sexta-feira, 20 de março de 2009

A Bala de Goma e o Smart Phone

Ja se passaram uma década desde que a minha filha Marcelle nasceu e nesta década tive a oportunidade de acompanhar de pertinho o desenvolvimento tecnologico mais precisamente o da telefonia celular, onde tive a oportunidade lá em 1999 de fazer parte da euipe comercial da Telet s.a então Claro Digital hoje somente Claro. Acompanhei a revolução do sistema analógico para o sistema TDMA, do TDMA para o GSM e do GSM para a Geração 3 o famoso 3G, sempre na aréa comercial, tive a oportunidade de assistir a evolução desses aparelhinhos magnificos que não sabemos viver sem eles, vi também a fobia dos homens para acompanhar a moda tecnológica empunhando aparelhos cada vez mais sofisticados e complexos. Em contrapartida nessa mesma década acompanhei muitos meninos nos semaforos vendendo balas de goma, entrando e saindo de onibus com um "spit"(expressão da aréa comercial= discursso) elaborado dando inveja a muitos vendedores. Passado esses 10 anos chego a minha residencia cansado do trabalho, após longas horas de negociação com um cliente em potencial discutindo a utilidade dos Smart Phones e Iphones, e penso maldita seja a "Pós Modernidade" que trás consigo a efemeridade dos prazeres tecnologicos, a banalização do papo tradicional, pois alguem tem alguma duvida que os prazeres tecnologicos são efêmeros, pois no instante que compramos algo de alta tecnologia ja esta saindo um outro mais avançados tecnologicamente e aguçamos o nosso desejo novamente, sem ao menos nos deliciar com o prazer que o brinquedinho novo que compramos poderia nos proporcionar, ou melhor ainda quando nós ultimos 5 anos alguém de vós não estava em uma roda de amigos em um papo descontraido não tocou um aparelhinho maldito e interrompeu um coloquio por vezes importante, interessante ou até mesmo uma banalidade qualquer divertida, reintero maldita "Pós Modernidade", que fez com que a Soninha me achasse a hora e no lugar que ela bem entendesse.
E especialmente hoje ao voltar para o meu lar e para os braços da minha Soninha me deparei mais uma vez com alguém a quem a "Pós Modernidade" não atingiu diretamente, aquele menino dentro de um onibus com o seu discursso elaboradissimo e com uma necessidade vital quase suplicava aos passageiros indiferentes ouvindo seus I Pod"s, falando em seus celulares recebendo seu emails essas coisas da dita "Pós, que lhe comprasse um pacote de balas de goma por miseros R$ 0,50, pois o menino precisava dar o que comer a sua familia não tinha mais do que 10 anos. Então comprei alguns pacotes de bala de goma e imediatamente me remeti a minha filha Marcelle 10 anos, totalmente inserida no contexto pós moderno, de raciocinio rápido, agilidade ao digitar, facilidade no manuseio de pequenos aparelhos uma perfeita "Filha da pós modernidade".
Meus olhos lacrimejaram ao pensar em tudo isso, revoltei comigo mesmo e com mundo como não poderia ser diferente, um pobre menino vendendo balas e eu ali um pretenso professor de história, refinando e elaborando cada vez mais o discursso teórico, assistindo ou melhor participando dessa" selvageria social", onde uns querem o Smart Phone e muitos querem um prato de comida. Existirá os que digam ahh a culpa é do sistema capitalista, outros dirão ahhh a culpa é das mães que botam muitos filhos no mundo, muitos dirão ahhh a culpa é governo que não educaos menos favorecidos pela "pós modernidade", onde na verdade acho que muitos são os culpados de tudo isso inclusive eu e o Smart Phone.

Um comentário:

  1. Esse diferença é a dura realidade, as diferenças sempre houveram, mas acredito que atualmente estão mais berrantes, é duro quando vemos a simplicidade num gesto de ajudar uma criança comprando bala de goma dela, ser algo que alguns até se ofendem. Essas mesmas pessoas gastam infinitamente mais em um telefone, computador, carro e um monte de quinquilarias eletrônicas que satisfazem unica e exclusivamente o próprio ego. O fato de virarmos as costas para crianças como essa retrata a realidade que somos egoístas.

    ResponderExcluir