sexta-feira, 27 de março de 2009

Gurizada malandra dos anos 90 x anos 2000

Como já estamos em 2009 e acredito que já vi quase tudo relacionado ao que me proponho a falar aqui, não acho precipitado o que escreverei, minha idéia é fazer uma espécie de comparação em relação aos adoelscentes "ligeiros" dos anos 90 (que eu vivi) e dos chamados anos 2000 (que eu convivo), os meus 5 anos de vivencia na era de 80 não me permitem fazer nenhuma analise de vida em relação aquele período. Ao passar essas duas décadas, não há como não fazer comparações, minha vivencia foi nos anos 90, e os anos 2000 é o que eu vejo nessa gurizada na rua, onde moro, no estágio e em todo lugar, a partir daí estão meus parametros. Não vou nem entrar no cenceito de malndragem, mas o termos de cara "ligeiro" ou esperto talvez se encaixe melhor, o cara "ligeiro" de hoje era bem diferente do "ligeiro" da década passada e posso dar 1 milhão de exemplos tranquilamente, mas tentarei ilustrar com os que elegi como mais importantes, e o primeiro aspecto é gritante diferença
A primeira delas é a frequencia na noite, quando eu tinha meus 13,14 ou 15 anos, até existiam festas que podiamos frequentar, lembro do Nukanua (aquilo era o inferno), Cord e clubes que faziam eventualmente festas destinados ao público dessa idade, tinham festas que nem vendiam bebidas alcoolicas e lembro de não ver a gurizada muito embriagada, eram exceções, para conseguir dinheiro ou liberação pra ir nas festas não era tão fácil, os pais mais liberais soltavam a molecada para ir em 1 ou 2 festas por mês no máximo, quando muito, no meu caso era até tranquilo, as meninas se arrumavam como meninas, confusões são normais até hoje e se pegarmos os anos 20 a.C. também exisitia, não importa o recorte temporal, faz parte da caracteristica e do comportamento nessa idade. Voltando mais próximo da atualidade, há uma penca de lugares para essa gurizada sair, confesso que não sei listar os nomes das bocadas onde vão, mas há opções, há mais eventos, shows e menos restrição em relação a idade para frequentar a noite, essa gurizada de modo em geral já toma trago desde cedo, fuma e faz confusão também, acredito que hoje tudo é mais acessivel sejam as coisas boas, sejam as coisas ruins, os pais são mais liberais do que no meu tempo e as meninas se vestem como mulheres, e ficam realmente parecendo mulheres, enganam muito bem.
Mudando um pouco contexto da "noite", acho que tem outro fator importante de destacar, é o acesso as tecnologias, é óbvio que a tecnologia de hoje é muito mais avançada do que na década anterior, a variedade é muito maior e muito mais acessivel, é inegavel isso. Mas meu celular quando ganhei era um "5120 i", ele tinha a incrivel tecnologia que mandava mensagem de texto, bah, eu me achava o cara, trocava a carcaça dele e meu celular se tornava prateado, pesava uns 324 kg e não podia ligar pra ninguém porque créditos era algo que não conhecia, isso faz pouco mais de 10 anos, alguns eram adeptos do wallkman ou discman, eu achava um saco carregar aquele trambolho, então não usava, meu computador era com internet discada, não dava pra acessar quase nada, nem todos tinham um PC e ainda por cima não exisitia MSN, se usava o ICQ, mas o que era moda eram as salas de bate-papo do UOL ou Terra (que se chamava Zaz)na qual eu entrava só pra chafurdar. Voltando pra realidade, quase todos tem acesso a computador e internet, carteira de identidade eles nem usam, mas o msn eles tem, orkut então nem se fala. Os telefones celulares são cheio de frescuras, mp3, tira foto, faz vídeo e mensagem serve só se usa pra baixar toque e participar de promoçoes na tv, mas uma coisa não mudou, assim como do meu celular eu não ligava pra ninguém por não ter créditos, hoje com tanto adereço que o telefone oferece se ele toca ou liga é o que menos importa, o som portáril deles é minusculo e o cara escolhe a música que quer ouvir sem ter que pegar uma caneta e rebobinar a fita. Pra falar com meus amigos eu gritava pro maluco lá no quarto andar e ouvia os vizinhos me xingando que eu atrapalhava a novela, hoje se querem se falar, vão no msn e resolvem tudo em 30 segundos sem perturbar ninguém.
A ultima grande diferença que citarei e confesso que essa realmente me indigna é o fato de que quando eu era guri, o cara tinha que ter toda uma produção pra ser notado pelas gurias, e isso custava caríssimo, começava pelos pés e o tênis tinha que ser da marca reef, até tinha o goofy, freeday que eram acessiveis, sim eram, até que os caras cresceram o olho em cima e ficou complicado se enquadrar no sistema, as ropuas de marca bonitinha eram uma fortuna, eu sempre recorri a C&A e Renner com seus produtos similares que na época davam pra comprar, não eram tão caros e o cara fazia em todas prestações possíveis, terminei no mês passado de pagar uma bermuda que comprei em 1997. O cabelo tinha que ser estileira, teve a moda do cabelo grandinho e esvoaçante, no melhor estilo Jonhy Utah, do filme Caçadores de Emoção, depois veio o topetinho, mas tinha que ter cabelo, tinha que ser esperto e não podia ser otário, e claro tinha que estar "presença", se não ficava ruim pra aparecer, o estilo predominate era o do surf e o mais intrigante que compravamos as roupas do nosso tamanho. Hoje... hoje basta tu ter uma roupa da Adidas ou Nike que são carissimas, admito, mas que qualquer camelô faz identica por 80% mais acessivel, as vezes a falsa é mais bonita que a original, o tênis é mais acessivel, e o cabelinho? que cabelo, é só raspar a cabeça e usar bem ralo, totalmente pelado não é o mais recomendado, também tem o moicano falso que tá aparecendo, falso porque não é aquele loucão carecão dos lados, pra ser bom faz uma cara de mal encarado, a voz tem que sair como se falasse gritado mas sem gritar (não tem como descrever isso), hoje é fácil, vira mano que tu faz sucesso e tem que ser do mal e muito esperto, mete umas correntes também que fica perfeito, ouça funk e o hip hop no celular sem fone, pra todos ouvirem que tu é fodão, esses ritmos ditam a moda, pagodinho vem de perto ali na cola. O surf e o Jonhy Utah morreram, agora é hip hop e Jay-Z mané. É impressionante a facilidade que esses caras hoje em dia tem e como o grau de exigência das meninas caiu de forma brusca, já o parametro dos guris continua sempre o mesmo, nada de luxo. Até o jeito de jogar bola mudou, quando eu jogava os times tinham uma tática, "abriu chuta", o negócio era enfiar o pé mesmo, afundar e o cara que fosse passar o pezinho por cima da bola e entregasse tomava um pau... hoje os caras só fazem gol de dentro da area, ser goleiro deve ser um saco, não tem chute a gol, mas a geração Crisitiano Ronaldo é especialista em uma coisa, falta de objetividade e firula, é só pezinho por cima da bola, nos anos 90, se um magrão fizesse um décimo que essa gurizada faz hoje a zaga baixava a lenha nele.
Esses exemplos ilustram o que concluirei aqui, e é óbvio que os anos 90, apesar de não tão fácil, foi muito melhor, mas concordo que quanto mais o tempo passa mais fácil é, em quase tudo, o sentimento que nosso tempo é melhor sempre existirá, o Ben Hur acha provavelmente que o tempo dele era o mais legal de todos, eu acho que o meu tempo era muito mais legal do que é hoje, e os que hoje vivem os anos 2000, dirão que a década de 10 não se compara com a década deles, é assim, a vida é assim.

2 comentários:

  1. O mundo realmente "evoluiu" em alguns aspectos como o André expõs ao longo do texto, porém, pelo menos para mim, uma coisa continua igual: se o cara passar o pezinho por cima da bola eu baixo a lenha nele , assim como já fazia nos saudosos anos 90.

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  2. Parece um futebolista.
    Porque?
    Por que vive descendo lenha.

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