quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Mudanças...muitas mudanças

Já faz muito tempo desde minha última blogada e muita coisa aconteceu. Na vida pessoal não podia ser melhor, serei papai, minha mulher Paula está esperando uma bela menina que já tem nome, Larissa. Para 2012 já tenho uma novidade estimulante, trocar fraldas e curtir uma pequena correndo pela minha casa, estamos muito felizes. Nesse meio tempo minha vida profissional também sofreu profundas mudanças, em outubro fui "promovido" dentro do Projeto Cidade Escola, assumindo turmas de B20, C10, C20 e C30, o trabalho estava sendo muito bom até que uma reviravolta aconteceu e infelizmente não pude concluir o projeto em 2011. Ainda em outubro recebi o convite da 28ª CRE/RS para assumir uma vaga de contrato emergencial em Alvorada, após pensar um pouco aceitei e fui designado a dar aula na disciplina de história em duas escolas, para 7ª e 8ª série do ensino fundamental e 1º, 2º e 3º ano do ensino médio.
Faz praticamente um mês que estou responsável por 12 turmas, na qual todo o cronograma está atrasado (a professora titular saiu de licença maternidade e só assumi cerca de 1 mês depois) e o fim de ano está batendo a porta, esses feriados, discussão de greve e todo o clima de férias prejudica o andamento das aulas, que ainda por cima tem um prazo curtíssimo para encerramento de notas e atividades. Por mais que esteja corrida não me estressa, o desafio é instigante, tenho pesquisado muito sobre variados temas na qual sabia que era raso, como sempre soube, agora vivo na prática o fato de ser professor é estar sempre aprendendo. Tem dado certo, apesar de ainda estar formando meu "estilo" de dar aula, ainda oscilo em aulas boas e aulas ruins, demora um tempo para achar o ponto de como abordar determinados assuntos, como esse ano entrei no final, também não pude impor de uma hora para outra aquilo que acredito ser meu estilo, os alunos estavam acostumados com outra abordagem e não posso chegar repentinamente rompendo com tudo, além do mais tenho feito mais avaliações para fechamento de notas do que aula propriamente dita. Uma coisa já tenho certeza, a parte mais fácil de ser professor é dar aula.
Tenho me deparado com algumas dificuldades, principalmente referente a deslocamento. Dependo de transporte público e dou aula nos turnos da manhã e noite, por morar em Cachoeirinha fica inviável a volta para casa a tarde, acabo ficando em Alvorada mesmo ou vou a Porto Alegre e passo um tempo na casa de minha mãe, por consequencia meu dia se torna longo e cansativo, acordo as 5 da manhã e durmo quase sempre 1 hora da madrugada. O que me acalma é que isso é plenamente "resolvivel", principalmente para o próximo ano. Cansa, mas tenho esperança de que tudo pode melhorar ainda.
O que não podia ter sido melhor e surpreendente foi duas aulas dadas na 8ª Série essa semana, abordei os conflitos entre Israel e Palestina, nunca imaginei que o tema renderia tanto, saí orgulhoso da aula, até porque o que propus exigiu muito de mim e a gurizada veio junto. Conseguimos discutir o assunto e ainda assim falar sobre a relatividade da história e de que podemos ver um determinado assunto por diferentes olhares, acho que plantei a primeira sementinha e no final vi que estavam todos contentes comigo (principalmente pela atuação doida), mas pareciam estar contentes ainda mais por conseguir enxergar a disciplina de história de outra forma.
Cada vez mais acredito que o professor pode ser o diferencial para essa gurizada, obviamente o professor não resolverá o mundo ou os problemas da educação sozinho, mas sua parte é fundamental nesse processo de mudança e na minha opinião infelizmente os professores não tem feito sua parte. Pelo menos no ensino público não tem feito e não concluo isso pelo fato de estar a 1 mês dando aula, mas sim por ter estudado 13 anos no ensino público e ao voltar quase 10 anos depois vejo que tudo continua igual, para não dizer pior. Mas isso é assunto para outra blogada.
Essa blogada foi uma espécie de "meu querido diário", mas não podia deixar de ser depois de tanto tempo ausente. Um abraço do feliz e cansado André Bugallo.