quinta-feira, 15 de julho de 2010

Copa do Mundo, Time do Brasil e a volta do "futebol normal".

Depois do ultimo mês em que só se falou na mídia de Copa do Mundo, futebol, Dunga, África do Sul e outras coisas relacionadas eu tinha decidido que não faria isso aqui, mas depois de ontem decidi mudar isso. Ontem o futebol voltou ao "normal", com o Campeonato Brasileiro voltando a grade de programação da TV naquele "belo" horário de 21:50, voltaram com ele estádios ruins, transmissões ruins, jogos ruins, de pouco público e importância imediata. Depois disso tudo, entendo mais do que nunca a importância que tem a Copa do Mundo para o futebol.
Falando de Copa especificamente, é óbvio que não foi o ano que tivemos o brilhantismo de craques como antigamente, não vimos ninguém perto de Pelé, Platini, Maradona, Zidane, Romário, Ronaldo, Van Basten e blá blá blá... Foi a Copa de bons "conjuntos", boas seleções baseadas na vontade e coletividade. Gostei muito da Alemanha, Holanda, Uruguai e acho que merecidamente a Espanha ganhou, não tem como menosprezar o toque de bola espanhol, a calma e a técnica deles. Não é um time brilhante, mas é a seleção que soube melhor se adaptar aos ferrolhos armados pelas pequenas seleções (mesmo perdendo um jogo para o maior ferrolho da história das Copas a Suiça) e que tentou de sua maneira "jogar" para vencer, parabéns e fico muito feliz pelo título por ter uma identificação com o país.
Em resumo não tenho nada diferente pra falar sobre a Copa do Mundo que passou, mas ao assistir Guarani e Internacional ontem a noite se foi embora todo o sentimento de saco cheio que estava da Copa, já começo a sentir saudades. Sou colorado, mas tenho que admitir que jogo ruim de assistir, creeedo! É duro ter que ver Alecsandro, Mazzola, Fabão e companhia jogando, com Celso Roth e Wagner Mancini comandando as equipes. Faço aqui uma relação com o que vi ontem e Copa do Mundo, pego a seleção brasileira como exemplo. Não era uma seleção, era o "Time do Dunga formado por jogadores nascidos no Brasil" (Time do Brasil). Entende-se seleção por ser convocados os melhores, ou os que estão entre os melhores pelo menos. Dunga fez da seleção Brasileira um time como Inter, Guarani, Grêmio ou Vasco. A seleção (sim, o unico lugar do mundo que se denomina de "seleção" a equipe que representa um país no futebol é o Brasil)como é denominada, que já apresentou boa parte do que tem de melhor para o futebol perdeu totalmente o caráter de seleção, virou um time. Como é possível querer ganhar algo com jogadores como Michel Bastos, Gilberto, Josué, Elano, Gilberto Silva, Graffite e Felipe Melo. Não quero crucificar o Felipe Melo, ele é ruim sim, destemperado, cabeça de bagre e todos sabem disso, só o Dunga não sabia. Como um cara que 6 anos atrás fazia parte do que tinha de pior num time que caia pelas tabelas e que caiu de verdade, quando foi parar na segunda divisão com Grêmio podia se tornar campeão da Copa do Mundo? Imagino a manchete da ZH: "Da segundona para o mundo: Felipe Melo e Grêmio dão a volta por cima e vão do inferno ao céu em 6 anos." Ainda tem uns loucos que acham que o que tem de mais bonito no futebol são volantes como esses, dedicam capítulos em livros para esses jogadres e exaltam justamente as atitudes que fazem com que se caracterizem como jogadores "brucutus". Não é a toa que desde que vi o Grêmio assumir essa identidade como sendo sua, não ganhou mais nada, ainda bem que na seleção brasileira parece que essa moda não vai pegar, porque senão provavelmente aconteceria o mesmo que com o o Grêmio, que pra mim como colorado gosto que "eles" sejam assim, afinal odeio o Grêmio. Mas como com a seleção brasileira nem torço, nem odeio, acho ruim para o futebol se o "pensamento brucutu" vingar.
Entendo mais do que nunca a importância da Copa do Mundo de quatro em quatro anos, sinto que depois dessa copa (que não foi tão bela "plasticamente")passo a gostar mais de futebol do que antes. Vi nessa Copa ferrolhos que tinham sua beleza e que até contribuem para o futebol, afinal de contas quando um ataca outro tem que se defender. A Copa parece existir de tempos em tempos para nos lembrar que futebol de verdade não é o que apresenta Felipe Melo, Sandro Goiano, Edinho, Dinho ou que o Celso Roth, Dunga e Muricy dizem ser nas entrevistas coletivas. Vejo nessa Copa que até o México que saiu nas oitavas de finais sem fazer nada foi mais vencedor e contribuiu mais pro futebol do que o "Time do Brasil".