sexta-feira, 29 de maio de 2009

O momento é tenso

Pois é... estamos vivenciando os momentos decisivos desse 5º semestre do curso de História, ao contrário dos 4 anteriores, a correria começou mais cedo, normalmente a tensão ficava para os ultimos 20 dias de aula apenas, agora mais de um mês antes a maratona já começa a castigar, pelo menos no meu caso que mesmo estando na mesma turma dos demais luxiuosos, há particularidades, o momento é tão corrido que é preciso desabafar, falar sobre isso para tirar um pouco das costas, falando dos compromissos de forma descontraída.
A boa notícia é que pelo menos ao que parece esse final de semestre será mais tranquilo, pelo menos nos ultimos dias, hoje por exemplo faço a ultima prova de Contemporanea com a professora Claudira, já tendo feito a primeira prova e apresentado o trabalho, ficarei o mês inteiro de junho apenas com a função de comparecer as aulas para prestigiar os trabalhos dos demais colegas, nessa disciplina possivelmente não "perderei" mais grandes espaços de tempo preparando trabalhos ou estudando pra provas. A situação é delicada, essa semana está sendo uma legitima guerra, começando na segunda-feira, eu teria prova com o professor Éder, mesmo estudado, porém cagado, milagrosamente essa prova foi adiada, então a guerra tardou mas não falhou, depois da calmaria da segunda e terça-feira, a quarta foi maracada por uma apresentação de trabalho, em pleno horário de jogo de Inter e Grêmio, uma tortura, eu e meu grupo nos saímos muito bem ao falar do modernismo no Brasil, formação da identidade nacional e cultura, o papo foi tão longe que chegamos até o atual e difundididissimo funk carioca. Ontem a marca foi um trabalho, que pra mim, acabou sendo de ultima hora e que me tomou bastante tempo, repsonder questões economicas do "Brasil cafeeiro" realmente não é comigo, na verdade odeio qualquer aspecto economico inserido na história, gosto das viagens sociológicas e antropológicas ao invés de buscar compreensões através de números ou de cifras, a quinta-feira seguiu com a "very crazy" aula da professora Taís, que se tornou até de certo modo esclarecedora apesar da incognita do que virá na prova dessa cadeira, a notícia ruim é que a situação tá complicada, dos 25 pontos ainda restantes tenho que fazer 20 para ser aprovado direto, tarefa complicada ainda mais se tratando de tamanha subjetividade envolvida nas avaliações. Hoje continua-se na maratona, mas pelo menos chego naquela parte denominada "metade pro fim" quando teremos hoje a prova da professora Claudira sobre praticamente René Rémond, mais um francês maluco que temos que estudar na vida acadêmica, confesso que dessa vez vou tranquilo pra prova, apesar de ainda não conhecer exatamente o jogo proposto, seguimos com um final de sexta-feira alucinante para viajar no fim de semana com a aula do professor Éder "House" Silveira. Sábado terei o compromisso de cumprir tabela na cadeira de estágio, com a sempre ligada nos 220w Luciana Coronel.... quande pensa-se que tudo terminou aí que nos enganamos, tipo os filmes "Sexta-Feira 13" com o Jason, fim de semana será de preparação para apresentação em seminário na disciplina de Prática Pedagógica V, onde acho que propositalmente colocaram o professor "House" para começar a semana e terminar, só pode ser pra pirar a cabeça do aluno, não existe outra explicação, após a apresentação vem a prova que começa a valer o tudo ou nada em Prática e Teoria de Arquivo, aquela mesma que preciso fazer pelo menos 20 pontos dos 25 que restam, a prova vale 10 e pelo menos dessa vez foi teoricamente facilitado o jogo, por ser com consulta, mas sinceramente, pra mim dificulta-se, na medida que ao perguntar quais textos caem na prova a reposta é de que serão "todos", se tirar todos os xerox da pasta pago a mensalidade do mês que vem talvez. Na terça-feira não há (até esse momento) trabalhos, provas ou apresentações, mas o semestre não para por aí, ainda pela frente teremos trabalho em seminário, projeto de pesquisa e o artigo do Professor Edson Cruxen, tem ainda o trabalho de comentar no seminário e mais duas provas com professor Éder Silveira, relatórios e relatórios de estágio, apresentação de mini aula, artigo e plano de aula para cadeira da Professora Taís valendo aí tudo mais 10 pontos importantissimos na cadeira que se tornou complicadissima... a lista é exaustiva, o momento também é, mas ao contrário dos outros semestres que tinha vontade de semplesmente sair correndo ou de nem ver essa loucura passar, agora tenho vontade de que venham os desafios, que termine isso de uma vez por todas, por que cada vez que ultrapasso um obstaculo desses vejo mais de perto a formatura, e a loucurada que está marcada para o dia 15 de janeiro do ano que vem. Segundo o relóginho aqui ao lado faltam 230 dias para isso. Usando uma analogia futebolística, agora é o tudo ou nada, o negógio é botar três atacantes, avançar os meias, laterais e ir pra dentro deles. (não professores, mas o desafio das provas e trabalhos). Boa sorte aos demais luxiuosos e que possamos fazer um churrasco para comemorar a passagem desse semestre depois de tudo isso.


Postado por André Bugallo

quinta-feira, 28 de maio de 2009

O Debate e o Judiciário.

Há muito não tenho escrito por aqui, por diversas razões entre as quais tem um grande destaque a falta de tempo, pois durante esses dias andei dividido entre o trabalho, a faculdade e os alunos do Colégio Julio de Castilhos, muito embora entenda que isso não é desculpa, pois meu grande amigo e companheiro blogueiro tem conduzido essa página com maestria, que alias ha muito tem sido a marca de André Bugallo, pois tem se mostrado um futuro cientista humano de mãos cheias, não só no tocante do assunto no qual entendo que ele seja um expert futebol, mais especificamente a dupla GreNal, mas em muitos assuntos relativos a analise de nossa sociedade e as suas reflexões a cerca da vida quotidiana. Nesse preâmbulo gostaria de mais uma vez registrar a minha admiração e respeito por esse professor André Bugallo, Parabéns Amigo.

“Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos.
São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns
aos outros com espírito de fraternidade”.
(Declaração Universal dos Direitos do Homem art. I)



A minha blogada começa com o artigo I da Declaração Universal dos Direitos do Homem, e explico porque após a polemica decisão do juiz da 4ª Vara Criminal de Canoas (RS), Paulo Augusto Oliveira Irion, a cerca de não decretar a prisão preventiva de alguns suspeitos de formação de quadrilha de roubo de caminhões, se instaurou um debate nos meios de comunicação e na sociedade de um modo geral no mínimo interessante. Debate esse que passa pelas condições dos nossos presídios, dos apenados, dos trabalhadores da segurança publica e o mais importante a devida responsabilidade do executivo em relação à criação de novas vagas a apenados, construção de novos presídios e talvez a mais importante das responsabilidades a aplicação da Lei Constitucional que garante a dignidade Humana.
Mas a informação acima embora importante não seja o cerne da minha blogada, pois não quero neste momento discutir condições de casas prisionais, de apenados e índices de criminalidade sob pena de nesse momento banalizar a discussão proposta pelo juiz Paulo Augusto Oliveira Irion, na qual não ficarei em cima do muro e afirmo ser favorável a decisão do magistrado. Antes que inicie uma polemica explicarei neste o porquê saúdo essa decisão, não por ser um libertário em relação à criminalidade, nem tão pouco por achar que qualquer tipo de violência e ou de infração as leis devam permear as normas de convivência da nossa sociedade, muito antes pelo contrario. Mas por entender que as possibilidades de debate acerca das prioridades do estado voltaram a ser discutidas na grande mídia, deixamos de lado as manobras divercionistas as quais a classe política vem nos submetendo ao longo dos nossos dias foi esvaziada como CPI e outras cozitas mais, não que essas discussões não sejam importantes, mas muito mais pelo tempo e o espaço que elas ocupam no osso cotidiano, enquanto questões de maior relevância como a ação do estado na Educação, na Saúde e na Segurança Pública ficam em um segundo e ou talvez em terceiro plano. Ora o magistrado toca no meio da ferida, ataca diretamente os hipócritas da política e da informação que insistem em discutir coisas que menor interesse da sociedade do que as supra citadas sei que nesse momento do texto fiz transparecer a minha visão estruturalista na política, mas imaginem vocês que o magistrado entre outras coisas foi acusado de liberal em relação ao Direito. Não entendo de filosofia e de teoria do direito, mas entendo minimamente alguns conceitos dentre eles o de Liberal, no qual me nego a apregoá-lo ao magistrado, acho que o juiz teve uma posição muito mais democrata do que liberal no que tange a possibilidade de discutir a relação do estado com a sociedade gaúcha, pois se o mesmo fosse um liberal no estrito sentido conceitual da palavra ele simplesmente aplicaria o rigor da lei, sem ao menos oferecer a possibilidade de discussão com a sociedade, fazendo jus as prerrogativas que a instituição ao qual ele participa o Judiciário, lhe oferecem os rigores da lei sem questionamentos e sem a mínima possibilidade de debate a cerca de tudo o que circunda uma decisão judicial seus efeitos e as suas conseqüências na sociedade, mas não efeitos e ou conseqüências imediatas sim as pré condições e as pós condições em que a sociedade está inserida em relação a qualquer decisão judicial.
Por esta possibilidade de reflexão e discussão saúdo o Senhor Juiz Paulo Augusto Oliveira Irion, pela possibilidade de debater e refletir acerca do papel do estado neste momento no Rio Grande do Sul.

Ben Hur Rezende

Números e conclusões sobre a educação básica

Hoje a noite não pude ir ao Gigante da Beira-Rio, pois, eu, Ben Hur e Guilherme estavamos encarregados de apresentar o texto "Os sentidos do modernismo: raízes e rupturas" de Mônica Velloso, na disciplina de Brasil República com o professor Ramiro Bicca. Dividi minha angustia do jogo do Internacional entre os diversos sinais e expressões dos colegas de aula, depois com exageros do rádio, e por fim ao chegar em casa com a vista privilegiada da televisão, pude acompanhar os dois gols que resultaram na virada vermelha, 3 a 1, até aí estava tudo na boa. Como pude assistir pouco tempo do jogo, recorri a internet para assistir aos gols e melhores lances da partida, fui ao portal da globo.com, dei de cara com duas notícias nada relacionadas ao futebol, mas sim a educação, mais precisamente ao ensino público.
Como de costume a manchete é sobre a dura realidade do sistema educacional publico brasileiro, isso sabemos que não é novidade, são números e dados retirados do censo escolar feito pelo Inep em 2007, somente agora divulgados, esses dados são arrepiantes e impressionam, assustam e de uma certa maneira deprimem. Segundo o senso, há 441 professores com formação no ensino fundamental que seriam menos qualificados que seus alunos do ensino médio, isso representa 0,1% dos professores. Outro dado importante é de que dos aproximadamente 1,9 milhões de professores apurados no censo, cerca de 600 mil não tem formação superior ou autam em areas na qual não é especialista, isso representa nada mais, nada menos que 32% do total, dando aula de algo que não tem especialidade, ainda neste tema é curioso o fato de que há mais matematicos lecionando física, do que professores especificos de física exercendo a função docente.
Entre outros dados consta que a grande maioria dos professores são do sexo feminino, representada por 81,6% dos educadores, há ainda o recorte de faixa etária que afirma que 68% dos docentes tem mais de 33 anos, para mim parece revelar a pouca penetração de jovens formados(ou não) na rede de ensino.
O Ministro da Educação informou que lançará o novo plano nacional para formação de professores e educadores, oferecendo uma série de vagas nas areas de licenciatura, com intuito abranger três aspectos: formar novos professores, segunda licenciatura (professores que dão aula em outra matéria) e professores não licenciados (bacharéis). Segundo o Ministro da Educação Fernando Haddad "A formação de professores e o ensino médio são os nós históricos da educação. Essas medidas, assim como a mudança no Enem, colocam essas questões nos trilhos." Lembro que entre os 21 estados incluidos no novo plano de formação de professores e educadores, infelizmente o Rio Grande do Sul não está inserido, pelo menos não no primeiro momento, há a possibilidade de aderir ao programa tardiamente(ou não), o ministro ainda afirma que até 2014 todos os professores devem estar devidamente qualificados e exercendo a função em sua área.
É óbvio que não é novidade que o sistema da educação publica no Brasil é um caos, não preciso nem ficar tocando naquela coisa de sempre, que nem uma campainha pra dizer que há o total descaso dos governantes em relação ao sistema educacional, e todo o bla bla bla, que todos sabemos. Mas com esses números não há "estômago" que aguente, são absurdos, provavelmente muitos desses professores estão voluntariamente ajudando como podem, dando aulas do que as vezes nem sabem para tentar contribuir de alguma forma, professores inadequados/desqualificados resultam em uma formação básica insuficiente, gerando uma nova geração de futuros professores (cada vez mais escassos) com problemas graves desde a raíz, provavelmente gerando professores piores dos que o antecederam, a culpa maior não é dos professores (mesmo que ainda também tenham/tenhamos) por essa podridão no ensino, é inadimissivel o que se vê atualmente, é revoltante. Esse tema é tão complexo que algumas vezes me torno contraditório, sou a favor da interdisciplinariedade, mas me pergunto algumas vezes o seguinte, nós luxiuosos estamos nos foramando em história no fim do ano, segundo as mudanças do ensino estadual no RS, o ensino será feito em grandes áreas, será que quando eu der aula de geografia, sociologia ou filosofia terei a mesma eficiencia e qualidade do que na aula de história? Confesso que não sei. O que sei que esses números mostram que já passou a hora de mudar isso, chegou a hora de rever tudo, dar prioridade a educação básica, ou pelo menos dar alguma atenção que seja, assim do jeito que tá parece que entraremos em colapso.

Manchete na globo.com sobre o censo do INEP 1
Manchete na globo.com sobre o censo do INEP 2
Site do INEP



quarta-feira, 20 de maio de 2009

Relatório (emocional) de estágio

Hoje quarta-feira está marcado por um dia tenso para nós colorados, o importante jogo pela Copa do Brasil e a incógnita que se tornou diante deste duelo, principalmente após a má apresentação vermelha no Maracanã na ultima quarta, mas divido a atenção deste jogo e tudo que o envolve com um fato de ontem e que me "anestesiará" por alguns dias. Terça feira (19), terminei o período de regência do meu estágio curricular, o chamado Estágio Supervisionado II. Até fiz uma postagem em relação a isso no dia 24 de março aqui no blog luxiuoso, falando justamente sobre o que sentia ao retornar a escola, instituição essa que cursei todo meu ensino fundamental, e que agora estava tendo a oportunidade de lecionar na mesma.
A experiência na minha opinião foi maravilhosa, a estrutura física da escola pode até ser acanhada, mas no restante considerei extremamente positiva, a relação que tive com os professores, na receptividade e muito prestativos sempre, a direção da escola e os demais funcionários foram de grande importância dando suporte que precisava, e os alunos foram simplesmente parceiros nessa minha viagem e aventura. Minhas aulas foram algumas vezes exaustivas e faladas, infelizmente precisava ser assim, algumas vezes poderia se tornar chatas, mas a gurizada foi perfeita e aguentou esse cara que de sangue novo na profissão, acaba querendo suprir tudo e as vezes até mais que necessário para dar uma boa aula e se tornar um bom professor, acredito que ganhei a simpatia da gurizada, até porque o relacionamento durante os 20 períodos foram tranquilos e de muita risada. Saio da escola com uma opinião renovada, saio de lá acreditando ainda mais que o Dolores é uma escola diferenciada entre as públicas, isso deve-se aos alunos, professores, gestores e a comunidade que "joga junto" com a escola, fiquei muito feliz de ter feito parte de algum tempo da vida dos alunos da turma 101, tentei extrapolar um pouco do que encontramos nos livros didáticos, tentei ser parceiro e senti que ganhei amigos por lá, aliás, aprendi muito lá. Essa postagem é para agradecimentos, entre eles, agradeço ao professor Mateus, titular da vaga e colorado (diga-se de passagem, a melhor das qualidades que uma pessoa pode ter), que foi incrível em todos os momentos, desde que aceitou que eu estagiasse até o dia que terminei, prestativo, parceiro e bom de papo, como falei para a gurizada da 101, aproveitem o grande professor que tem, suguem esse cara, o professor que estão tendo nem na faculdade as vezes se tem, ainda nos agradecimentos não poderia deixar de citar os meu alunos que foram cúmplices de manhãs, quentes e frias, porém sempre agradáveis. Termino meu estágio com sensação de realização, quando decidi cursar história licenciatura, junto estava a vontade de dar aula ali no Dolores, consegui, e o melhor de tudo é que esse pouco mais de 1 mês foi tão bom quanto os 10 anos que cresci lá.

Obrigado a todos do Dolores.

Postado por: André Bugallo

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Aclamada série de TV: Roma

Venho aqui para dar uma agitada no blog, a ideia da postagem de hoje confesso que não é sobre a area que mais tenho intimidade, entre nós cinco do luxiuoso, o Pedro Maraschin seria o mais indicado para isso, mas serei atrevido e farei uma indicação de série de TV relacionada a história. Há um número incontável de filmes, peças, séries ou qualquer outro instrumento do entretenimento que pode ser relacionado a história e consequentemente ao ensino, tanto no médio ou fundamental.
Começarei essa blogada com a série Rome (ROMA), produzida pela BBC e aqui transmitida pelo canal fechado HBO. A produção foi feita na Itália em parceria entre norte-americanos e ingleses. Não é uma série nova, ela estreou em 2005, teve duas temporadas e se consagrou como a série de TV mais cara da história, na primeira temporada foram gastos 100 milhões de dólares na criação da série e para colocar ela no ar. Um dado que achei interessante e devo falar aqui, é que assistindo os "extras" da primeira temporada, a produção fez questão de gravar na Itália e usar o máximo de Italianos possível, desde figurantes até técnicos, alegando que assim a série se tornaria menos artificial e que seria realizada com o "jeito" particular romano e com muito mais amor, achei bem interessante o ponto de vista da produção, se não tivessem tantos italianos não sei se faria diferença, não sei se esse foi o segredo, só se sabe que deu certo, foi um sucesso avassalador e eu particularmente gostei demais do resultado.
A primeira temporada retrata centralmente Julio César, seu modo de fazer política e as relações de poder daquele período, achei bem ilustrativo a maneira como o senado foi retratado, e nos dá de uma forma geral e bem fiel sobre o contexto romano do período, a série tem sua ramificação "noveleira" ao tratar os soldados Voreno e Pullo é verdade, e no espírito mais profundo de uma novela, há a traição conjugal e pai criando filho que não é dele sem saber, mas parece realmente que essa romantização não desfoca o contexto histórico da crise da republica. A vida social é bem trabalhada também na série, principalmente nos eventos que envolvem a família de Julio César, sua sobrinha e sobrinho-neto Otávio (futuro imperador Agusutus, nessa temporada com uma função bem coadjuvante) fazem na primeira temporada esse papel de expor ao tele-expectador essa vida social e privada desse povo da antiguidade. Lembro que é uma série que abusa de cenas que exaltam a sexualidade e o fervor dos romanos pela "sacanagem", mas é muito util para conseguirmos ver através de outros olhos a Roma Antiga, acho que essa série é um prato cheio para que além de nos distrair na frente de um televisor, possamos enxergar algo com algum contexto ou fundamento histórico,
A segunda temporada sem César é centralizada em Marco Antonio, Cleopatra e Otávio, o enfoque social e político é o mesmo da primeira temporada, apesar de um teor mais "noveleiro". O senado e as disputas de poder continuam, e o que mais me chamou atenção é a forma como foram retratadas os personagens centrais, Otávio é retratado de maneira fria e calculista, o estilo debochado e orientalizado de Marco Antonio se torna extremamente engraçado e Cleopatra é mostrada de maneira apelativa e até insana, diferentemente de como sempre havia sido retratada antes.
Acredito que é um material muito válido para uso didático, pois abre espaço para inserir a abordagem da vida privada, arquitetura, conflitos sociais, guerras, costumes, cultura roamana e além de trabalhar bem os aspectos de sempre, políticos e sociais romanos. Enriquece de maneira que pode ilustrar e tornar vivo o que cansativamente, nós professores de história falamos em frente na sala de aula e o que estão nos livros didáticos, torna lúdico, menos cansativo ao aluno, e contrasta dando uma terceira abordagem ao tema, tendo em vista que passamos a nossa maneira de ver o assunto, cada aluno recebe e processa as informações a sua maneira e o filme vem como uma terceira linha de interpretação, conseguimos sim abrir uma grande discussão e ampliar a curiosidade da gurizada estimulando o interesse pelo tema.
Hoje é encontrado o "box" a venda ou para locação facilmente, vale a pena para quem gosta do assunto, para quem simplesmente curte passar um tempo na frente da TV assistindo um programa de qualidade ou para professores usarem em sala de aula.

Abaixo o trailer da primeira temporada (versão em inglês)


Um bom dia a todos.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Luxiuosos no Samba


Aproveitando a linha das blogadas do Professor Attico e do futuro Professor André Bugallo, venho aqui hoje falar de dois assuntos no qual tenho uma dedicação especial que é o samba e a formação da identidade cultural do brasileiro.
No dia 30/04/09 vesperas da comemoração do dia do trabalhador, após uma noite de discussões em torno da historia no Centro Universitário Metodista, resolvemos eu, o André, o Rafael e as nossas respectivas esposas mais a amiga Camila prestigiar o nosso colega e meu enteado Guilherme em uma roda de samba organizada pelo pessoal da música do Centro Universitário Metodista. Muito a vontade chegamos ao ambiente destinado ao evento onde tomavamos algumas cervejas e refrigerantes, onde muitos músicos com reconhecimento se revezavam nos microfones e instrumentos musicais, nos luxiuosos aguardavamos anciosamente a participação do Gui. Em meio a espera observava o colorido das pessoas que dançavam, brincavam e se divertiam ao som genuinamente brasileiro, impossivel não contemplar uma cena dessas com olhos de antropologo, pensando nessa diversidade etnica e cultural que é o brasileiro. Fico cada vez mais apaixonado pelo sujeito brasileiro quando me deparo em ambientes como este da musica e do futebol onde esquecemos por algumas horas o papo furado de origem etnica e cultural e nos tornamos brasileiros e orgulhosos. Enfim o nosso Guilherme tocou, representou muito bem a história, os luxiuosos e dignificou a minha pesquisa, pois boa parte dela tem inspiração nele, pasmem ele é loiro de olhos verdes, com origem teutô, e se enxerga como brasileiro, ou seja fruto desta msalada etnica e cultural.

Obrigado Gui

Ben Hur

terça-feira, 5 de maio de 2009

Negro e o futebol atual

Ontem ao dar uma passada rotineira no blog do mestre Attico Chassot vi ele abordar um assunto muito interessante, o sucesso do negro como jogador não reflete numa carreira de técnico bem sucedida na maioria das vezes, aliás os comentários deixaram claro raras excessões. Em sua blogada do dia 05 de maio foi deixado como indicação para abordarmos o assunto, já que o mestre levantou a bola, nos resta botar pra dentro do gol, usando uma metáfora futebolística, já que frequentemente o futebol é tema por aqui, essa discussão é de grande importância e fazendo uma rápida pesquisa, sem muita perda de tempo e sem um devido aprofundamento no assunto, é fácil detectar que o negro não consegue penetrar nas mais diversas áreas de comando do futebol atual. Estamos as vésperas do começo de mais um Campeonato Brasileiro de Futebol, essa edição começará no sábado seguinte e se estenderá até o principio de dezembro, tentei fazer um "raio x" dessa 38ª edição da competição, avaliando a posição do negro nas três principais áreas de "chefia" dos 20 clubes envolvidos na competição, essas três áreas de comando são a presidência dos clubes, treinadores e capitães.
Antes de começar a comentar sobre o que propus acima, lembro que o Vasco da Gama, um clube pioneiro na quebra das barreiras racistas no começo do século passado, não faz parte da elite de 2009, já que em 2008 foi rebaixado para série B, mas mesmo esse clube de carater pioneiro no tema, não tem negros no comando atual. Começaremos a falar sobre os capitães das equipes da série A, essa posição dentro de um grupo entorno de 25 atletas é de liderança, é uma posição diferenciada do simples atleta, do artilheiro da equipe ou da estrela, pois essa condição independe do talento do jogador, ela é adquirida através de escolhas que teoricamente partem dos técnicos, é a liderança dentro das 4 linhas, e o jogador que em caso de sucesso do clube (ou seleção) será eternizado por erguer a taça conquistada, um exemplo atual é o de Cafú, na conquista do penta-campeonato da seleção brasileira na copa de 2002, sediada conjuntamente entre Coreia do Sul e Japão, talvez seja o único negro a chegar a tal feito. Voltando ao o que o post realmente se propõe, dos 20 jogadores capitães do campeonato de 2009, apenas 5 deles não são brancos, René (do Barueri), Carlinhos Bala (do Náutico), Fernando (Santo André), Marcelinho Paraíba (Coritiba) e Luiz Alberto (Fluminense). Isso demonstra outro fato, que desses cinco capitães listados acima, o único com verdadeira chance, ou seja chance real, de ser eternizado por uma possível conquista é Luiz Alberto, que atua em um grande clube, claro que todos outros podem conseguir, ainda mais quando falamos de futebol, mas não se torna muito provável.
Abordando o segundo cargo de chefia vem os treinadores, que comandam os vinte e tantos atletas, inclusive o capitão, posição essa, de "total autonomia" sobre o rumo das equipes, o manda-chuva do time. Hoje teriamos apenas 1 técnico negro na série A, destaquei o hoje justamente por ser um cargo frequentemente conturbado, e estabilidade no emprego é algo que não combina com essa profissão, ainda mais amanhã a noite, em que fatalmente, quatro desses técnicos serão desclassificados da Copa do Brasil, e o número pode alcançar a seis, o que possivelmente ocasionará na troca de comandante, antes mesmo do torneio começar, isso é tão normal que o único técnico negro acabou de ser anunciado, Celso Roth (ex Grêmio) foi escolhido como o substituto de Émerson Leão no Atlético Mineiro, se tivesse postado ontem seriam vinte técnicos brancos, é um dado extremamente preocupante esse. Ontem, conversando rapidamente sobre o assunto com os colegas luxiuosos Ben Hur e Rafael, o ultimo técnico negro a ganhar uma grande título talvez tenha sido Walmir Louruz, com o Juventude, aqui de Caxias do Sul, na Copa do Brasil de 1999 (Juventude que eliminou o Inter na semi-final, uma derrota que pôs a prova a fidelidade e paixão de muitos colorados, que vinham de sucessivos anos ruins, e isso não foi o pior de 1999, ainda teve a escpada de rebaixamento nos ultimos minutos do ultimo jogo, tenebrosa década de 90).
Contando técnicos e capitães, somamos o número de 40 profissionais envolvidos em cargos de lideranças, comando e chefia no futebol de elite atual, apenas 6 deles são negros, e o número mais impressionante se dá entre os presidentes, dos 20 clubes, nenhum deles tem como cargo mais alto da hierarquia um negro, impressionante esse dado, mesmo tendo um pouco de conhecimento sobre os técnicos, nunca imaginei algo parecido sobre os presidentes. Como se explica tais dados? Quais as causas para esse panorama? O que motiva a essa realidade?
Com certeza o assunto futebol e etnia, dá uma grande caldo para discussão, como disse Attico Chassot em seu comentário aqui no blog, "Os técnicos de futebol são usualmente brancos e se credita ~~ na construção racista e branca de mundo ~~ aos negros a ‘incapacidade’ de dirigir tecnicamente uma equipe, mesmo que estes possam ser melhores jogadores que os brancos", apenas 10% desses cargos são ocupados por negros, são 6 em 60. Infelizmente a realidade é essa, que isso não se restringe ao futebol, mas nos mais variados esportes, assim como no Brasil, no resto do mundo também é bem parecido, até mesmo na África, em que os técnicos quase sempre são estrangeiros e brancos, confesso que não sei explicar o que exatamente proporciona essa realidade. Deixo uma dica aos interessados no assunto e que não dispõe de tanto tempo para pesquisar, o canal pago Sportv transmitiu em março de 2009, no programa "Sportv Repórter", justamente abordando isso que foi falado nesse post, o papel do negro como "peão", mas sem chegar ao comando, há depoimentos de Tommie Smith e John Carlos, que eternizaram-se na Olimpíada de 1968 ao fazer a saudação "black power" na cerimonia de premiação, e apontam o insucesso devido a uma desunião dos negros e a falta de consciência política dos atletas em geral atualmente. Tentei procurar esse programa na internet e não encontrei, mas sei que reprisa frequentemente, e é um programa que enriquece bastante o entendimento sobre o assunto.