quinta-feira, 28 de maio de 2009

Números e conclusões sobre a educação básica

Hoje a noite não pude ir ao Gigante da Beira-Rio, pois, eu, Ben Hur e Guilherme estavamos encarregados de apresentar o texto "Os sentidos do modernismo: raízes e rupturas" de Mônica Velloso, na disciplina de Brasil República com o professor Ramiro Bicca. Dividi minha angustia do jogo do Internacional entre os diversos sinais e expressões dos colegas de aula, depois com exageros do rádio, e por fim ao chegar em casa com a vista privilegiada da televisão, pude acompanhar os dois gols que resultaram na virada vermelha, 3 a 1, até aí estava tudo na boa. Como pude assistir pouco tempo do jogo, recorri a internet para assistir aos gols e melhores lances da partida, fui ao portal da globo.com, dei de cara com duas notícias nada relacionadas ao futebol, mas sim a educação, mais precisamente ao ensino público.
Como de costume a manchete é sobre a dura realidade do sistema educacional publico brasileiro, isso sabemos que não é novidade, são números e dados retirados do censo escolar feito pelo Inep em 2007, somente agora divulgados, esses dados são arrepiantes e impressionam, assustam e de uma certa maneira deprimem. Segundo o senso, há 441 professores com formação no ensino fundamental que seriam menos qualificados que seus alunos do ensino médio, isso representa 0,1% dos professores. Outro dado importante é de que dos aproximadamente 1,9 milhões de professores apurados no censo, cerca de 600 mil não tem formação superior ou autam em areas na qual não é especialista, isso representa nada mais, nada menos que 32% do total, dando aula de algo que não tem especialidade, ainda neste tema é curioso o fato de que há mais matematicos lecionando física, do que professores especificos de física exercendo a função docente.
Entre outros dados consta que a grande maioria dos professores são do sexo feminino, representada por 81,6% dos educadores, há ainda o recorte de faixa etária que afirma que 68% dos docentes tem mais de 33 anos, para mim parece revelar a pouca penetração de jovens formados(ou não) na rede de ensino.
O Ministro da Educação informou que lançará o novo plano nacional para formação de professores e educadores, oferecendo uma série de vagas nas areas de licenciatura, com intuito abranger três aspectos: formar novos professores, segunda licenciatura (professores que dão aula em outra matéria) e professores não licenciados (bacharéis). Segundo o Ministro da Educação Fernando Haddad "A formação de professores e o ensino médio são os nós históricos da educação. Essas medidas, assim como a mudança no Enem, colocam essas questões nos trilhos." Lembro que entre os 21 estados incluidos no novo plano de formação de professores e educadores, infelizmente o Rio Grande do Sul não está inserido, pelo menos não no primeiro momento, há a possibilidade de aderir ao programa tardiamente(ou não), o ministro ainda afirma que até 2014 todos os professores devem estar devidamente qualificados e exercendo a função em sua área.
É óbvio que não é novidade que o sistema da educação publica no Brasil é um caos, não preciso nem ficar tocando naquela coisa de sempre, que nem uma campainha pra dizer que há o total descaso dos governantes em relação ao sistema educacional, e todo o bla bla bla, que todos sabemos. Mas com esses números não há "estômago" que aguente, são absurdos, provavelmente muitos desses professores estão voluntariamente ajudando como podem, dando aulas do que as vezes nem sabem para tentar contribuir de alguma forma, professores inadequados/desqualificados resultam em uma formação básica insuficiente, gerando uma nova geração de futuros professores (cada vez mais escassos) com problemas graves desde a raíz, provavelmente gerando professores piores dos que o antecederam, a culpa maior não é dos professores (mesmo que ainda também tenham/tenhamos) por essa podridão no ensino, é inadimissivel o que se vê atualmente, é revoltante. Esse tema é tão complexo que algumas vezes me torno contraditório, sou a favor da interdisciplinariedade, mas me pergunto algumas vezes o seguinte, nós luxiuosos estamos nos foramando em história no fim do ano, segundo as mudanças do ensino estadual no RS, o ensino será feito em grandes áreas, será que quando eu der aula de geografia, sociologia ou filosofia terei a mesma eficiencia e qualidade do que na aula de história? Confesso que não sei. O que sei que esses números mostram que já passou a hora de mudar isso, chegou a hora de rever tudo, dar prioridade a educação básica, ou pelo menos dar alguma atenção que seja, assim do jeito que tá parece que entraremos em colapso.

Manchete na globo.com sobre o censo do INEP 1
Manchete na globo.com sobre o censo do INEP 2
Site do INEP



Um comentário:

  1. André muito oportuna a tua contribuição no blog, muito embora tenha derrubado a minha pauta, risos, mas tá valendopois escreveu com uma propriedade que talvez eunão tivesse para escrever sobre tal discussão. Parabéns Amigo.

    Ben Hur

    ResponderExcluir