quarta-feira, 29 de abril de 2009

Seriam os luxiuosos filhos de Rui Chapéu?

Como a maioria dos leitores deste blog deve saber, Rui Chapéu é o expoente máximo do Brasil ao falarmos em um assunto: sinuca (ou bilhar), que é a variação brasileira do “snooker” britânico. A partir disso, ficam as perguntas: “O que significa o título desse post de hoje? Será que os luxiuosos são exímios jogadores de sinuca?”. A explicação para essas dúvidas está na apropriação que fizemos do termo snooker.
Se Rui Chapéu é o mestre da sinuca, os luxiuosos são mestres no snooker, mas em uma modalidade diferente de snooker: o snooker acadêmico. Mas que diabos é isso? Snooker acadêmico é nada mais, nada menos, do que encurralar alguém (seja esse alguém um professor ou um colega de turma) através da discussão sobre o tema proposto, argumentando com fundamentação teórica, com bagagem de leitura sobre o assunto e, logicamente, com uma retórica bem preparada. Usamos o termo aportuguesado “esnucar” quando colocamos o alvo em uma situação difícil, onde ele está a um passo de cair na caçapa da mesa. Em outras palavras, é a variante luxiuosa para o tradicional “por em xeque.”
Assim como qualquer jogada específica, a “esnucada” deve ser analisada e bem preparada, analisando o ponto-fraco do alvo e a tendência dele em entrar no jogo ou não. Fique claro que não nos valemos do snooker apenas como forma de diversão: também nos valemos dele quando sentimos que o tema de discussão está sendo grosseiramente desvirtuado ou desviado de seu rumo. Nesses casos, o snooker é utilizado como forma de tornar a aula “mais produtiva” ou, pelo menos, menos desperdiçada.
Há, tristemente, casos em que o snooker não pode ser praticado: quando o alvo se esquiva do jogo - devido a medo, orgulho, “chinelagem” e/ou sentimentos afins - ou quando o alvo não percebe a isca que jogamos, ou seja, quando aceita como verdade qualquer coisa que seja dita, mesmo que essa coisa seja um certo filósofo do século IV.
Também há outro fator que impede a “esnucada”, e este fator deriva dos jogadores, e não dos alvos: a pena. Nós não somos idiotas para gastarmos tempo “esnucando” pessoas desnecessárias, os vulgos “cachorros mortos”, que se “auto-esnucam” ao falarem.
Há alguns jogadores, que não são os luxiuosos, que adoram fazer isso para “aparecer” para professores e colegas, e nós repudiamos essa prática e essas pessoas. Na nossa concepção, só há graça e sentido em “esnucar” quem mereça ser “esnucado”, e esse merecimento é variável de acordo com a situação, ou melhor, com o contexto, já que este termo é preferível por nós, historiadores luxiuosos.
Dessa forma, um amador não consegue exercer a arte do snooker com a mesma classe de um luxiuoso, pois nossa prática e experiência nos colocam em um patamar diferente. Em outras palavras, se fosse um jogo de sinuca de verdade, os demais seriam jogadores de botequim (que algumas vezes jogam muito bem), enquanto os luxiuosos seriam jogadores habilidosos ao ponto de serem considerados, se não o próprio Rui Chapéu, pelo menos filhos dele.

2 comentários:

  1. Meu querido André,
    obrigado por enriqueceres os comentários acerca do racismo no esporte no mru blogue deste 04 de maio de 09. Como eu relato, ouvindo uma entrevistas com ex-jogador de futebol, ele lateralmente conta de seu sucesso como jogador e insucesso como técnico. Faz então uma constatação que nunca havia me flagrado. Os técnicos de futebol são usualmente brancos e se credita ~~ na construção racista e branca de mundo ~~ aos negros a ‘incapacidade’ de dirigir tecnicamente uma equipe, mesmo que estes possam ser melhores jogadores que os brancos. Isso é incrível e pelos poucos depoimentos que apareceram parece se confirmar.
    Vamos ajudar mudar também isso.
    A amizade e admiração do
    attico chassot
    www.atticochassot.com.br

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  2. Em um jogo de bilhar, onde as regras são regidas pelo sistema "castigo" ou seja, em 15 bolas na mesa, apenas a bola número "um" é a bola que após VC matar as suas 7 bolas, VC terá que obrigatóriamente, matar a bola número "castigo", ou seja, no meu caso aqui, na região, é a bola no. 01!!

    Em uma tacada, onde resta apenas 2 bolas, uma minha e o castigo, se EU matar a BOLA no. minha, ou seja, no caso estou mantando as ímpares, EU, em apenas em uma jogada, mato a minha bola e na mesma tacada mato a bola "Castrigo"! Nesta situação, acabou o jogo, então, quem ganhou o jogo?

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