quinta-feira, 23 de abril de 2009

O futebol e a tática


Durante o feriado em meio a um acirrado confronto de futebol no vídeo game, alguns de meus amigos e eu começamos a divagar sobre qual seria o melhor esquema tático a ser implantado no futebol atual. Em meio a tantos sistemas como 4-4-2, 3-5-2, 3-6-1 e até o antigo 4-3-3, não chegamos a nenhum tipo de definição quanto a postura tática ideal de um time de futebol.
Essa discussão me levou, como bom “aspira” de historiador, como diria o professor Éder, a relembrar alguns cenários marcantes com relação a tática em futebol .
Inicialmente, remeto-me a 1986 , mais precisamente a Copa do Mundo no México, onde o técnico da Argentina, Carlos Billardo, utiliza o 3-5-2 pela primeira vez na história do futebol platino e vence o mundial de forma incontestável. Tudo bem , muitos vão dizer que Maradona desequilibrou na maioria dos jogos, marcando gols antológicos na história dos mundiais, como os feitos nas quartas de finais e semifinais contra a Inglaterra e Bélgica, respectivamente. Contudo , a solidez defensiva e o equilíbrio do meio – campo, formado por cinco jogadores, mostrados pela equipe portenha ao longo de todo mundial proporcionou a liberdade tática suficiente para que Maradona pudesse brilhar. Ainda no que tange o 3-5-2 , posso citar o exemplo do Brasil , campeão mundial em 2002 , no qual o técnico Felipão apostou no esquema com três zagueiros para dar sustentação defensiva para para que os 3 erres ( Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo) pudessem desequilibrar em favor da seleção canarinho.
Em 1990, a Alemanha venceu a Copa na Itália como uma equipe extremamente organizada em torno de um 5-3-2, uma variação mais defensiva do 3-5-2 . Nesta equipe destacavam -se Klinsmann, Matthaus e Brehme, todavia nenhum deles possuía o poder de decisão de um Ronaldo ou Maradona, por exemplo.
Em 1994 e 1998, Brasil e França venceram as Copas do Mundo dos EUA e da França, respectivamente, com o clássico 4-4-2, sedimentado em duas linhas de quatro jogadores (quatro zagueiros, quatro meio – campistas) e dois atacantes. O Brasil ganhou a copa na terra dos ianques, com um meio -campo formado por três volantes marcadores( Mauro Silva, Dunga e Mazinho) e um armador ( Zinho), porém com um ataque letal como Bebeto e Romário, melhor jogador daquele mundial, o importante era não sofrer gols, e Parreira sabia disso, pois gols o Brasil inevitavelmente faria. O caso da França é um pouco mais complexo. Apesar de jogar com dois armadores, Djorkaeff e Zidane, este último um craque espetacular, os blues não possuíam atacantes de qualidade , tanto que nas fases anteriores do mata – mata os gols foram marcados pelo zagueiro Blanc, na épica vitória contra o Paraguai e pelo então lateral - direito Thuram que marcou duas vezes na semifinal contra a surpreendente Croácia (o jogo contra a Itália, pelas quartas – de final foi vencido pelos franceses nos pênaltis, após um 0x0 no tempo normal e na prorrogação). Mesmo assim, a França venceu o Brasil por 3x0 na final , com dois gols do carrasco Zidane e um do volante Petit.
Para finalizar, temos a Itália, campeã do mundo em 2006, com o inovador 3-6-1, onde os chamados “wingers”, ou meias pelas laterais, procuravam abastecer o solitário Luca Toni. Para se ter uma idéia do nível de proteção defensiva exercido pelas equipes participantes daquele mundial, a FIFA elegeu o zagueiro Fábio Cannavaro como melhor jogador da Copa, honraria inédita em se tratando de um defensor.
Para mim, o craque sempre desequilibrará qualquer esquema tático, desde que, respeitando algumas “regras de ouro” do futebol atual, ou seja, um bom preparo físico aliado a motivação sob vários aspectos. Por isso, ainda acredito no retorno do Fenômeno à seleção brasileira na Copa da África do Sul, pois como a célebre frase diz: “Ronaldo, brilha muito no Corinthians.”

3 comentários:

  1. Na "vida real" gosto muito do 4-4-2, com meio de campo em forma de losango. Acho que dá maior poder de flutuação ao setor, ampla proteção aos defensores e auxilio ao homem da "cabeça" do losango, com facilidade de abastecimento aos homens de frente. Pra essa tática dar certo, tem que ter jogadores especificos e caracteristicas especificas também, 2 deles tem que saber jogar com a bola no pé razoavelmente e defender também, um deles pode até ser brucutu e o cara colado ao ataque tem que ser esperto, habilidoso e ter o poder de incendiar uma partida, esse esquema também facilita triangulações com os laterais. Resumindo ataca em massa e defende em massa. No play prefiro jogar no 4-3-3, pra cima do adversário, com ponteiros de tempos aureos dos anos 70 e velozes, no meio coloco um centroavante estilo "poste" com boa finalização, escalo um jogador de bom chute a meia distância com chegada do meio campo ao ataque e os zagueiros não importa, fatalmente fará mais gols do que sofre.

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  2. Só não gosto da tática 4-4-2, quando ela se torna o método de avaliação do nosso querido prof. :P
    Tá ótimo o blog de vocês, guris. Parabéns!
    Beijãoo

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  3. Rafael, eu não entendo grande coisa de futebol, mas concordo com a Camila do perigo de algumas táticas por parte do Prof. Outsider: 4-4-2 é desconfortante, prefiro muito mais um tranquilo 4-3-3.

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