quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Inter: Reinventando a tradição

Hoje tinha decidido desde cedo que não iria a aula, pois aproveitaria a noite para pôr nos eixos algumas leituras e trabalhos que estão em dia ainda, mas que me dedicando a eles me aliviaria nos próximos dias. Infelizmente aqui no meu bairro ficamos sem luz desde as 18 horas, acabei tendo todo meu planejamento perdido. Na busca de um "plano B" rumei ao estádio Gigante da Beira-Rio, onde aconteceria a estreia do colorado na Copa Sul-Americana diante da Universidad del Chile, o relógio já marcava mais de 20 horas quando decidi ir ao jogo e a luz  nem sinal de vida tinha dado. Noite fria e chuvosa, encorajaram somente 6 mil "heróis" a sairem de casa para presenciar a "estréia" da camisa dourada do Internacional.
Na terça feira havia sido divulgado que o colorado não jogaria com seu tradicional uniforme, nem com o segundo, mas sim com o terceiro. Esse uniforme consiste na camiseta dourada, calção e meias vermelhas. Alguns torcedores criticaram a ideia, baseando-se no fato que esse uniforme não representa o clube, que a camisa é feia e que foge a tradição. Lendo e ouvindo comentários por aí tinha-se impressão que não seria o Internacional que ia entrar  em campo hoje, pois os revoltosos mais radicais diziam que não compareceriam ao estádio somente por esse motivo, o da tal camiseta.

Vale lembrar a esses colorados tão tradicionais, que os uniformes do clube nem sempre foram nos moldes dos atuais, o primeiro uniforme era com listras verticais em branco e vermelho, calções brancos e meias pretas. Nos anos seguintes é que a camisa se tornou toda vermelha e, num primeiro momento com meias pretas, mais adiante com meias cinzas, para enfim se tornarem brancas nos anos 60 (careço de fontes em relação aos períodos). Ao mesmo tempo que se modificou os uniformes antigos ,será que houveram tanto blá blá blá quanto hoje? Em outros lugares do mundo é comum se ter um uniforme alternativo que fuja das cores tradicionais e, nem por isso os clubes fogem sua tradição ou origens, exemplo disso é o Barcelona, mesmo tendo uniforme reserva laranja, quem conhece um pouco futebol sabe que suas cores tradicionais são o azul e grená. Tenho notado ultimamente que é bem comum encontrar torcedores vestidos com camisa de goleiro, de treino ou passeio, que  a principal característica é de ser do clube, mas na maioria das vezes de cor diferente da "tradicional".
Particularmente acho ótima  a ideia, não sou radical ao extremo em relação a isso, para mim o uniforme titular é vermelho, o reserva é branco e o terceiro poderia ficar livre, exceto o azul obviamente. Hoje no Beira-Rio pode ter sido o ponta-pé inicial para uma reinvenção da tradição, hoje pode ter sido o marco de uma nova visão sobre o assunto e pode se tornar o dia em que vire tradicional o uniforme dourado ou de cor livre a cada ano. Só faço uma  ressalva, acho  que o patrocinador não tem que decidir com que uniforme o time  entra  em campo  como supostamente teria acontecido nesse ultimo jogo, a tradição mesmo que inventada, com diz nosso amigo Hobsbawn, acho que tem que ser o mais natural possível.
Sobre esse novo uniforme ele tem uma grande chance de ser aceito, se o time for bem com ele, se continuar do jeito que foi hoje, não vai longe, nem o time na Sul-Americana e nem o uniforme no gosto do torcedor.

Um comentário:

  1. Excelente blogada meu amigo entre debates de tradições inventadas, de tradições por tabela, todas essas questões discurssivas. Falta agora so o Internacional se reinventar dentro de campo, pois não ta jogando nada.

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