sábado, 12 de setembro de 2009

Salve, Antônio Candeia que foi meu professor...


Sábado chuvoso, meio gripado com aquela sensação de dormência no corpo inteiro, por estar com o corpo debilitado não compareci ao IPA para ter com o meu orientador Ramiro Bica( Grande Figura) e nem assistir a aula de estágio III com a professora Claudira, com muita lastima, mas minha saúde não permitiu o incurso e o deleite de ter com os professores e colegas luxiuosos. Já que a minha saúde não me permitiu tal aventura, resolvi me aventurar em algo que adoro, que é ouvir sambas do século passado e ouvindo algumas preciosidades me dei conta que nunca escrevi neste espaço sobre meus ídolos, então resolvi nesta blogada apresentar um deles Antonio Candeia Filho.
Antônio Candeia Filho, 17/8/35 - 16/11/78. Filho de sambista, o menino Candeia até poderia guardar mágoa do samba. Em seus aniversários, ele contava com certa tristeza, não havia bolo, velinha, essas coisas de criança. A festa era mesmo com feijoada, limão e muito partido-alto. Nascido em casa de bamba, o garoto já freqüentava as rodas onde conheceria Zé com Fome, Luperce Miranda, Claudionor Cruz e outros. Com o tempo, aprendeu violão e cavaquinho, começou a jogar capoeira e a freqüentar terreiros de candomblé. Estava se forjando ali o líder que mais tarde seria um dos maiores defensores da cultura afro-brasileira. No início dos anos 60, dirigiu o conjunto Mensageiro do Samba.
Em 61, entrou para a polícia. Tinha fama de truculento e suas atitudes começaram a causar ressentimentos entre seus antigos companheiros. Provavelmente, não imaginava que começava a se abrir caminho para a tragédia que mudaria sua vida. Diz-se que, ao esbofetear uma prostituta, ela rogou-lhe uma praga; na noite seguinte, ao sair atirando do carro num acidente de trânsito, levou um tiro na espinha que paralisou para sempre suas pernas. O couro voltou a comer nos pagodes do fundo de quintal de Candeia que comandava tudo de seu trono de rei, a cadeira que nunca mais abandonaria. No curto reinado que lhe restava, dono de uma personalidade rica e forte, Candeia foi líder carismático, afinado com as amarguras e aspirações de seu povo. Fiel à sua vocação de sambista, cantou sua luta em músicas como Dia de Graça e Minha Gente do Morro. Coerente com seus ideais, em dezembro de 75 fundou a Escola de Samba Quilombo, que deveria carregar a bandeira do samba autêntico. O documento que delineava os objetivos de sua nova escola dizia: Escola de Samba é povo na sua manifestação mais autêntica! Quando o samba se submete as influências externas, a escola de samba deixa de representar a cultura de nosso povo. No mesmo ano de 75, Candeia compunha seu impressionante Testamento de Partideiro, onde dizia: Quem rezar por mim que o faça sambando.
Espero que com esse pequeno texto tenha apresentado minimamente um dos meus ídolos, um verdadeiro bamba do samba responsável pela minha predileção no gênero musical e também por me incentivar a pesquisa sobre o tema como historiador.

Créditos: É importante salientar que as informações obtidas neste texto se encontram no site : http://www.samba-choro.com.br/s-c/candeia.html , de responsabilidade de CHICO AGUIAR.

Candeia – Discografia


Mensageiros do Samba (1964) Gravadora Philips LP


Candeia (1970) Gravadora Equipe LP


Raiz (1971) Gravadora Equipe LP


Samba de roda (1975) Tapecar LP


Partido em 5 volume 1 (1975) Tapecar LP


Partido em 5 volume 2 (1975) Tapecar LP


Luz da inspiração (1977) Atlantic/WEA LP


Partido em 5 volume 3 (1977) Tapecar LP


Quatro grandes do samba (c/ Elton Medeiros, Guilherme de Brito e Nelson Cavaquinho) (1977) RCA Victor LP


Axé! Gente amiga do samba (1978) Atlantic/WEA LP


Candeia e Elton Medeiros. Coleção Nova História da Música Popular Brasileira (1978) Abril Cultural EP


Candeia (1988) Funarte LP


Mestre da MPB - Candeia (1993) Warner Music CD


Candeia, Aniceto do Império, Mestre Marçal e Velha-Guarda da Portela (1997) Funarte/Atração Fonográfica CD


Raiz - Filosofia do samba (1997) Copacabana Discos CD


Candeia - Samba da antiga (1997) Copacabana Discos CD


Eterna chama/Candeia (1998) Perfil Musical CD



Bibliografia :

1. Candeia, Luz da Inspiração, de João Baptista M. Vargens, Editora Martins Fontes-Funarte 87.


Biografia do Candeia que traz ainda um pouco da vida do subúrbio do Rio na transição da primeira metade para a segunda metade do século XX.


2. Enciclopédia da Música Brasileira, Art Editora 77.


3. As letras e partituras das obras inéditas e gravadas de Candeia se encontram na Biblioteca da Faculdade de Letras da UFRJ à disposição dos interessados.

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