sábado, 30 de junho de 2012

Não me venha falar bem do PT

O que faz uma pessoa voltar a escrever no seu blog após 7 meses de inatividade? Raiva, muita raiva e vontade de expressar isso. Uma série de acontecimentos fazem com que em um momento se perca a paciência. E hoje a minha se esgotou!
Nunca simpatizei com o PT, mas nunca tive nada contra o partido ou com as pessoas que são a favor da causa. Qualquer discussão política me mantinha neutro e dava minha opinião independente de partidarismo, achava ridícula a tentativa de fazer lavagem cerebral pelos petistas e igualmente ridícula a argumentação dos antiPT. Mesmo há tempo revendo esses meus conceitos hoje definitivamente mudei minha opinião e explico por quê. Tenho tido muitas possibilidades de melhora de qualidade de vida e as vejo tolidas ultimamente, o governo da minha cidade, estado e país tem contribuído uma barbaridade. O governo estadual e federal tem me proporcionado profundo desgosto nos últimos meses, mais do que nunca. Minha filha tinha que tomar uma vacina nos seus 2 meses vida, os postos de saúde do SUS deviam oferece-la "gratuitamente", mas não é o que acontece. O governo resolveu mudar a vacina "Tetravalente" pela "Pentavalente", só que ainda não chegou a nova e não distribuem mais a antiga, ou seja, uma vacina que tem uma data para ser tomada conforme a idade não está disponível para a população. Corri atrás de uma alternativa particular e tive que desembolsar 135 reais pela vacina, quase 10% do meu salário se foi, por uma vacina da qual eu já paguei com meus impostos e que o governo deveria disponibilizar para a população.
10% do meu salário se foi e o meu salário é outra bronca que tenho. Sou professor, existe uma lei de piso salarial. Está na LEI  que o salário base é um valor "x" mais benefícios e ele simplesmente alega como pago o piso salarial, mas põe na conta todos meus benefícios juntos. CARA DE PAU, isso me dá um prejuízo de quase 500 reais ao mês. Se eu não cumprir uma lei serei multado, preso ou processado, já o estado não cumpre uma lei e está tudo numa boa e ainda tem idiotas votando neles. Não quero nem falar das condições da educação, saúde, estradas, impostos, roubalheiras para a copa, olimpíadas, Brasília....
Em tempo, não é só o PT o problema da política e do Brasil. A diferença é que não vem nenhum fanático pelo PTB, PDT, PSDB, PCdoB ou qualquer partido me torrar a paciência fazendo lavagem cerebral ou me torrando o saco com demagogias de que seu partido é diferente ou melhor que os outros. São todos a mesma merda, são todos uns filhos da puta, a diferença é que o PT e os PETISTAS se acham diferentes e melhor que os outros, são apegados a "ideologia", que ideologia, a da esquerda ou do Maluf? Como diria o poeta Awey de Petrópolis, vai tomá no cu, fim de papo, AWEY!

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Mudanças...muitas mudanças

Já faz muito tempo desde minha última blogada e muita coisa aconteceu. Na vida pessoal não podia ser melhor, serei papai, minha mulher Paula está esperando uma bela menina que já tem nome, Larissa. Para 2012 já tenho uma novidade estimulante, trocar fraldas e curtir uma pequena correndo pela minha casa, estamos muito felizes. Nesse meio tempo minha vida profissional também sofreu profundas mudanças, em outubro fui "promovido" dentro do Projeto Cidade Escola, assumindo turmas de B20, C10, C20 e C30, o trabalho estava sendo muito bom até que uma reviravolta aconteceu e infelizmente não pude concluir o projeto em 2011. Ainda em outubro recebi o convite da 28ª CRE/RS para assumir uma vaga de contrato emergencial em Alvorada, após pensar um pouco aceitei e fui designado a dar aula na disciplina de história em duas escolas, para 7ª e 8ª série do ensino fundamental e 1º, 2º e 3º ano do ensino médio.
Faz praticamente um mês que estou responsável por 12 turmas, na qual todo o cronograma está atrasado (a professora titular saiu de licença maternidade e só assumi cerca de 1 mês depois) e o fim de ano está batendo a porta, esses feriados, discussão de greve e todo o clima de férias prejudica o andamento das aulas, que ainda por cima tem um prazo curtíssimo para encerramento de notas e atividades. Por mais que esteja corrida não me estressa, o desafio é instigante, tenho pesquisado muito sobre variados temas na qual sabia que era raso, como sempre soube, agora vivo na prática o fato de ser professor é estar sempre aprendendo. Tem dado certo, apesar de ainda estar formando meu "estilo" de dar aula, ainda oscilo em aulas boas e aulas ruins, demora um tempo para achar o ponto de como abordar determinados assuntos, como esse ano entrei no final, também não pude impor de uma hora para outra aquilo que acredito ser meu estilo, os alunos estavam acostumados com outra abordagem e não posso chegar repentinamente rompendo com tudo, além do mais tenho feito mais avaliações para fechamento de notas do que aula propriamente dita. Uma coisa já tenho certeza, a parte mais fácil de ser professor é dar aula.
Tenho me deparado com algumas dificuldades, principalmente referente a deslocamento. Dependo de transporte público e dou aula nos turnos da manhã e noite, por morar em Cachoeirinha fica inviável a volta para casa a tarde, acabo ficando em Alvorada mesmo ou vou a Porto Alegre e passo um tempo na casa de minha mãe, por consequencia meu dia se torna longo e cansativo, acordo as 5 da manhã e durmo quase sempre 1 hora da madrugada. O que me acalma é que isso é plenamente "resolvivel", principalmente para o próximo ano. Cansa, mas tenho esperança de que tudo pode melhorar ainda.
O que não podia ter sido melhor e surpreendente foi duas aulas dadas na 8ª Série essa semana, abordei os conflitos entre Israel e Palestina, nunca imaginei que o tema renderia tanto, saí orgulhoso da aula, até porque o que propus exigiu muito de mim e a gurizada veio junto. Conseguimos discutir o assunto e ainda assim falar sobre a relatividade da história e de que podemos ver um determinado assunto por diferentes olhares, acho que plantei a primeira sementinha e no final vi que estavam todos contentes comigo (principalmente pela atuação doida), mas pareciam estar contentes ainda mais por conseguir enxergar a disciplina de história de outra forma.
Cada vez mais acredito que o professor pode ser o diferencial para essa gurizada, obviamente o professor não resolverá o mundo ou os problemas da educação sozinho, mas sua parte é fundamental nesse processo de mudança e na minha opinião infelizmente os professores não tem feito sua parte. Pelo menos no ensino público não tem feito e não concluo isso pelo fato de estar a 1 mês dando aula, mas sim por ter estudado 13 anos no ensino público e ao voltar quase 10 anos depois vejo que tudo continua igual, para não dizer pior. Mas isso é assunto para outra blogada.
Essa blogada foi uma espécie de "meu querido diário", mas não podia deixar de ser depois de tanto tempo ausente. Um abraço do feliz e cansado André Bugallo.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A Cegonha está a solta.

Como sempre já é redundante a minha frase que “há muito tempo não venho por aqui”, as desculpas são velhas, falta de tempo, preguiça entre outras. Mas de qualquer forma eventualmente volto, talvez não com a mesma assiduidade de que faz o meu par André Bugallo, mas sempre que posso dou as caras.


Minha blogada é muito mais uma reflexão do que qualquer tipo de critica e ou informação, tem alguns meses meu grande irmão André Balle me brindou com a noticia que sua linda esposa Mariane estava grávida, a noticia me encheu de alegria e felicidade, pois bem eis que a Maria Luiza cresce no ventre de Mari forte e bela como são seus pais.

Há alguns dias estava eu e Soninha tomando um chimarrão no gasômetro, para nossa supresa chegam no local onde estávamos sentados o casal luxiuoso André Bugallo e Paulinha, como sempre conversamos, botamos muitos assuntos em dia e como não poderia ser diferente, demos muitas risadas, foi daquelas tardes que não deveriam acabar nunca.

Pois bem passou alguns dias e uma nova noticia pra alegrar as nossas vidas a Paulinha descobre que está grávida, putz, é muita felicidade e alegria. Todas essas noticias de maternidades e paternidades me remetem a ação do tempo, pois já se vão 15 anos em que tive pela primeira vez essa felicidade, o nascimento de Betina, e 12 anos em que a felicidade se renovou com o nascimento de Marcelle. O mais curioso de tudo isso é que o tempo passa tão depressa que não dá nem a chance de treinarmos para ser pai, quando percebemos nos transformamos em algo que por muitas vezes planejamos e até algo que nunca pensamos que poderíamos ser, ta ai o grande segredo da brincadeira, pois sempre que estamos diante da possibilidade de ter uma nova vida em nossas mãos criamos expectativas para essa nova vida, o que vai ser, como vai ser, entre outras coisas. Mas o fato é que não nos preparamos para as nossas mudanças o que serei e como serei, ai meus amigos é que reside o grande segredo, muito mais que o caminho que traçamos para os nossos rebentos, o grande lance é o caminho que nos conduz e nos da o privilegio e a condição de sermos Pais, missão maluca, que provavelmente terão a oportunidade de desfrutar como passar madrugadas acordados porque os bebes choram de cólica, chorar de emoção quando esses bebes tiverem fazendo a sua formatura no jardim de infância, tornar-se ao heróis de desenhos animados ao brincar com seus filhos pela casa, pelos parques e pelas praças, sentir o coração apertado quando eles estiverem longe de casa, chorar de emoção escondidos quando eles estiverem bem próximos, e assim seguimos a vida tentando desvendar esse segredo.
Enfim a felicidade invadiu os lares destes nobre colorados, amigos ou melhor irmãos, meus desejo é que o coração de vocês viva intensamente todos os dias de sua existência e da existência dos filhos que estão por chegar com a mesma emoção em que vivemos   numa tarde qualquer,  com o Beira Rio lotado e o nosso colorado sendo campeão.



sábado, 6 de agosto de 2011

Pelo visto vivo em um mundo paralelo

Saio agora de um encontro de formação dos educadores do Projeto Cidade Escola - FECI. Me considero sempre uma pessoa crítica, mas depois dessas reuniões esse sentido ferve e ainda bem que o Luxiuoso existe para poder desabafar. Desde abril me mudei da casa dos pais em Porto Alegre, situada em um dos bairros mais agitados e repleto de atrações que me ocupavam, para Cachoeirinha, em um bairro pacato e distante do movimento da cidade e muito mais longe do movimento da vida antiga. Junto com a mudança de endereço, houveram mudanças significativas no estilo de vida e na rotina. Hoje assisto muito mais televisão que antes, e por muito tempo fiquei restrito a TV aberta somente e nem avalio como uma mudança negativa. Por exemplo: passei a acompanhar mais o noticiário e até novelas. E aí está o embrião que culminou nesse texto. Espero conseguir tratar esse assunto polêmico, sem ofender nada e ninguém.
Somando minha convivência, meio em que vivo e essa nova prática televisiva chego a alguns pensamentos que me incomodam. A novela principal da rede Globo tem abordado a homofobia, ilustrando casos de preconceito e recorrentes agressões. Até aí ok, é uma prestação de serviço importante e gera a discussão na sociedade, o que é sempre positivo. No noticiário e programas diversos tenho reparado cada vez mais espaço para reportagens relacionadas a animais de estimação, especialmente cães. Até aí também tudo bem, são assuntos que fazem parte do cotidiano das pessoas e a mídia sempre explora as demandas da população. Mas o ponto que quero criticar é a maneira como se aborda os dois assuntos. Começando pelo caso da homofobia, principalmente na novela, vejo uma barra enorme sendo forçada não só pelo fim da homofobia, pela tolerância, aceitação e etc. Vejo na novela uma abordagem maniqueísta, uma espécie de luta do bem contra o mau. Pelo que ali se mostra parece que só quem vive o preconceito, é agredido covardemente, é assaltado ou passa por dificuldades. Todos personagens homossexuais são bem sucedidos, boas pessoas e de caráter perfeito. Até entendo isso, afinal não é fácil mesmo passar o que essas pessoas passam e seria desnecessário criar um personagem gay e assassino, por exemplo, seria um desserviço a causa. Mas o que critico é que parece que não basta apenas a aceitação, mas também a ideia de que só é boa pessoa aquela que apóia a causa e a admira. Eu gosto sempre de me posicionar, e aqui não serei diferente, não tenho nenhum problema com nada disso, mas também não acho a coisa mais linda do mundo e acho que tenho direito de pensar assim. Assim como pra todos aspectos que constituem a sociedade, algumas nos identificam e outras não, mas independente disso devemos aceitar e respeitar todas, e é isso que eu faço. Talvez o melhor recado que a novela poderia dar era o de respeito e de aceitação, mas acho que já está sendo distorcido isso tudo e que já estão enfiando guela abaixo de que todos temos que achar a maior maravilha do mundo o homossexualismo. Essas campanhas de conscientização na minha opinião estão cometendo o mesmo erro nas quais condenam os "heteros convictos"(entenda heteros convictos diferentes de homofobicos), o preconceito com quem age ou pensa diferente daquilo que se identificam. Em uma esfera diferente, mas que ainda tem a ver com assunto é a relação que a sociedade vem tendo em relação aos cães. Só tem bom caráter que ama cachorro. Chove textos na internet, reportagens na TV dando uma importância demasiada aos bichos. Essa "humanização dos cães" na minha opinião é preocupante, pois a mesma pessoa que gasta 2.000 reais numa festa de aniversário de cachorro (e tem direito de fazer isso), as vezes é a mesma que vira o rosto para uma pessoa passando fome na rua , ou até mesmo sonega um imposto que tira a verba da saúde ou educação afetando muitas outras PESSOAS. Mas para essas pessoas que fazem isso, ruins são as que não gostam de cachorro ou que não adotam um cão, por exemplo. Em tempo também quero me posicionar, não tenho nada contra os bichos e acho horrível maltratar cachorros, mas também acho o mesmo com gatos, sapos, onças, micos e HUMANOS. Acredito que tenho o direito de  não amar cães como essas pessoas amam, e nem por abraçar a causa homossexual como alguns querem. Mas nem por isso acho que as pessoas que pensam como eu são ruins, são homofóbicas ou não prestam.
Quero deixar muito claro que estou abordando esse tema a partir das abordagens da mídia que estão me deixando desconfortável, de forma alguma por semelhanças ou comparação dos temas. Acho que a televisão e as pessoas em geral estão distorcendo a forma de abordar temas necessários, se tudo começou por problemas relacionadas aos "valores da sociedade", acho que algumas coisas estão passando do ponto e novamente valores estão sendo distorcidos. Cada vez mais o meio termo parece errado, como sou meio termo pra quase tudo, não me encaixo em nada e não me sinto certo em nada, vivendo num mundo paralelo.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

O ídolo que não vi

Havia prometido para eu mesmo que não postaria mais aqui sobre futebol. Mas, devido ao clima pesado que ficou no blog após minha última postagem relacionada a tragédia na escola carioca (postagem que até me arrependo de ter feito, sinto que exagerei em algumas coisas e desviei um pouco do queria ter falado, mas já que foi pastado não vou apagar, deixo por conta do "calor do momento" a culpa disso), então é até bom que se fale de algo mais ameno por aqui.
Semi Final do Brasileirão, golaço de Falcão diante do Galo

Hoje o Internacional apresenta Paulo Roberto Falcão como treinador. Eu sou fã de Falcão por herança, nunca vi ele jogar e quando ele era treinador eu era muito pequeno, lembro dele, mas muito pouco e então não posso dizer que vi. Normalmente alguém se torna ídolo por aquilo que outra pessoa vê nela e admira. No meu caso Falcão é um ídolo indireto, essa que é a verdade. Mas sei de onde vem isso. Não é por ser comentarista a muito tempo, não é pelo fato de ser uma pessoa que exalta o coloradismo (a profissão não permitia). Sou fã de Falcão porque herdei isso do meu pai. Fui criado na "época ruim" do Internacional, era brabo ser colorado e seus colegas gremistas em um tempo que nada dava certo pra nós e tudo certo pra eles. Um dos motivos que me tornaram colorado e que me fizeram resistir como torcedor do time que "não ganhava", era ouvir as hitórias saudosas do Inter dos anos 70, contadas pelo meu pai. Era nos piores momentos do time, em que eu acreditava que nós nunca teríamos sucesso que meu pai contava as glórias passadas, e sempre otimista dizendo que tudo aquilo ia voltar. Todo começo de Brasileirão ao comprar o album de figurinhas ou um Guia da Placar, em que não apontava o Inter como um dos favoritos meu pai dizia "Que? Esses caras não sabem nada, esse ano o Brasileiro é nosso!!". Ele nunca acertou, mas sempre explicava sua teoria baseado no título de 79, em que um péssimo Gauchão foi o embrião do tri-campeonato nacional, conquistado de maneira invicta e tendo Falcão como protagonista. Não conseguia entrar na minha cabeça que o time que não ganhava nos anos 90, já tinha sido o time que nunca perdeu em 1979. Se sou (e muitos outros são ) colorado hoje e não me vendi pro time que ganhava, Falcão tem muita contribuição nisso, assim como Don Elias, Dadá, Manga, Escurinho e cia. Agora torço pra que sua imagem de ídolo se torne maior, quero ver ele como meu ídolo através de meus olhos também, hoje recomeça a história. 
Só quero uma ressalva, não tem nada a ver comparar Falcão ou Renato e muito menos esse papo de "imitar" com a contratação de técnicos, os argumentos de "imitar" são sempre rasos e se tiver um pouco de profundidade normalmente são infudados e caem por terra. Discutir um ídolo é bobagem, ambos são o que são para seus clubes pelo que fizeram.
Bem Vindo Bola-Bola!
Falcão chegando no Beira Rio hoje como técnico. Foto:ClicRBS

quinta-feira, 7 de abril de 2011

É revoltante

Em todos os lugares só se fala da tragédia em que uma pessoa cruelmente disparou dezenas de tiros dentro de uma escola, matando crianças, ferindo outras e culminando ainda no suicídio do atirador. A mídia vai bater e debater isso incansávelmente nos próximos dias e isso renderá muito assunto entre a sociedade, logo é desnecessário ficar dissecando o assunto aqui, seria somente mais uma opinião. 
Gostaria de comentar algumas coisas que penso sobre fatos relacionados indiretamente ao que aconteceu no Rio hoje. A segurança pública chegou ao limite do caos fazem no mínimo 20 anos, e não é só no RJ. Se um lugar é movimentado, é perigoso, a justificativa é que  porque existe muita gente. Se andares as 11 da noite na rua é perigoso porque é deserto, ou seja, estamos sempre apavorados com o que pode acontecer nos próximos 20 segundos, a vida de um ser humano fica nas mãos de pessoas que não tem nada a perder e pouco se importam com o resto, a não ser o que passa em suas próprias cabeças naquele momento. Mas falar isso também é chover no molhado, os jornais e todo mundo fala sobre isso o tempo todo. 
O que quero escrever é o fato que a sociedade tem a ilusão de que existem lugares que são seguros, infelizmente esse local não existe. A poucos dias em Porto Alegre foi invadido um condominio de luxo, com a mais alta tecnologia em segurança, de nada adiantou, é o que sempre digo, se quiserem roubar, irão roubar, o fato de investir em segurança é só para dificultar a vida dos bandidos. Outra coisa que vejo são os pais que levam e buscam os filhos para todo o lado, com a ilusão de que assim estarão seguros, mas o que mais se vê são assaltos a carros (principalmente na hora de embarque e desembarque) ou atos de violência em festas, shoppings, praças, shows, jogos de futebol ou qualquer evento público. Mas isso, também não é novidade.
Sobre esse caso do Rio de Janeiro entre todas coisas chocantes que ocorreram, deve se destacar também que está na hora da sociedade prestar atenção em uma coisa, a escola (como todo lugar) também não é segura. Na maioria das escolas (e faculdades também) não existe qualquer estrutura para segurança de alunos, professores e funcionários. Nas escolas públicas o que é mais comum de ver são as "tias" cuidando dos portões, autorizando e desautorizando o acesso a escola. As "tias" podem ser suficientes para lidar com as crianças da escola (não creio muito nisso, mas...), mas essas "tias" são as mesmas que são os alvos fáceis de trombadinhas no centro da cidade. O dia que alguém quiser entrar em uma escola, entra, e faz o estrago que quiser, o caso do atirador de hoje é um exemplo. Nas escolas estaduais a "segurança" é feita por um brigadiano, quase sempre com larga idade e um barriga de chopp que dá inveja, normalmente carregam armamento que é mais provavel a transmissão de tétano do que a capacidade de transmitir segurança, e com todo respeito não vejo um profissional desses capaz nem de separar uma briga de alunos do ensino fundamental. Nas escolas municipais em Porto Alegre a segurança é feita pela Guarda Municipal, em via de regra não é muito diferente, vejo pancadarias estilo UFC no pátio da escola com frequencia (hoje foi um dia), mas o "guardinha", só o vejo na hora do almoço no refeitório. Quem separa as brigas são as professoras, "tias" ou pais que estão por perto (quando não tomam partido em favor de um brigão e ao invés de separar ajudam a agredir).  Ou seja, você que é pai e mãe, deixa seu filho(a) na escola achando que tudo ficará bem? Engano. Numa escola entra quem quer, faz o que quer e não existe estrutura suficiente para se oferecer segurança adequada para alunos ou professores, que as vezes tomam uma bordoada ou outra por aí. 
Óbvio que choca o que ocorreu hoje no Rio, mas não chego a me espantar. Não conheço a realidade da segurança nas escolas do Rio, mas acho que não deve mudar muito não. Não me espanto que essa pessoa tenha tido a facilidade que teve para entrar na escola, e o tempo que teve de percorrer três andares disparando dezenas de tiros até a chegada de um policial, que "por acaso" participava de uma blitz de transito a dois quarteirões da escola. Quando soube desse caso a primeira coisa que me veio a cabeça é que onde estudei no ensino fundamental e médio, seria plenamente possível de acontecer algo parecido e a escola onde hoje trabalho também. Fiquei muito assustado e com isso pensei 1 milhão de coisas que se interligam, com isso me apavoro e decepciono.
A sociedade moderna (me inclua nessa) beira a podridão, a imbecilidade humana é a mesma que foi durante toda sua história, a diferença é que hoje a notícia se propaga com alta velocidade, as pessoas "vivem" as tragédias mesmo que no Japão, muito de perto através dos meios de comunição, e vive com uma força que casos como esse de hoje, mais do que nunca soa como um tapa na cara de todos. Casos como o de hoje faz com que parte das pessoas parem e pensem no mundo que vivem. Toda vez que faço isso me apavoro, tem muito mais coisas erradas do que certas nesse mundo. 
O mais alarmante é que, o que é feito de tentativa para começar a mudar isso, normalmente é usado de maneira oportunista, principalmente no Brasil. Um exemplo são os Direitos Humanos, que normalmente é usado por quem faz bobagem e quem na verdade deveria se defendido se vê numa situação de desrespeito. O ECA também, a principal função do Estatuto é fazer com que jovens "infratores" se defendam e se protejam através dessas leis, tantas coisas boas que ali existem e que deveriam realmente ajudar ficam só no papel. Resumindo, a vida é mais ou menos assim, se eu for assaltado andando sozinho na rua as 8 da noite a culpa é minha que não me precavi, seu for a um estádio de futebol e for agredido por 30 torcedores adversários a culpa também é minha, pois eu não devia ter passado pelo local com a camisa do rival deles. É inversão de valores, é o cumulo da impunidade, uma montanha de maus exemplos de quem deveria dar bons exemplos (políticos, líderes de qualquer segmento, pais e etc...), a lista é longa e não teria fim.  
Postagem de desabafo sobre tudo praticamente, é um assunto que é impossível seguir uma linha de raciocínio e de classificar dentro de uma temática, é tudo interligado. Por isso que jamais serei sociologo ou antropologo, é muito loucura. Se não bastasse isso tudo, ainda tenho Celso Roth como técnico do meu time.  

segunda-feira, 21 de março de 2011

Projeto Cidade Escola e o começo de suas atividades na Escola "Décio"

Hoje foram retomados os trabalhos com os alunos da Escola Municipal Décio Martins Costa, pelo Projeto Cidade Escola. O projeto da SMED/POA desenvolvido em parceria com a FECI (Funfação de Esporte e Cultura do Internacional). Devido ao bom trabalho apresentado no ano passado este ano o Projeto continuará na escola, num modelo muito semelhante ao de 2010.
O projeto propõe que os alunos ocupem o espaço da escola no turno inverso ao ensino regular, no meu caso, turno da manhã. Os alunos são divididos em turmas, conforme sua idade e passam por três "aulas", de português (comigo), de matemática (com a professora Ângela Nascimento) e Educação fisica (com a professora Sarita Rocha). O projeto dá a possibilidade de o aluno obter ajuda no que vem sendo aprendido no ensino regular, o auxilio vem sempre de forma lúdica e diferente do modo tradicional (sempre que possível). Por meio de brincadeiras procura-se atrair o interesse e estimular o aluno a não desistir das dificuldades que por ventura surjam ao longo da caminhada no ano letivo.
Independente dos principais objetivos que estão envolvidos no Projeto muitos outros acontecem por tabela e se tornam tão importantes como os primários. Lá o aluno está dentro de uma estrutura que possibilita os pais ou responsáveis, poderem trabalhar enquanto o filho está envolvido em algo produtivo. Durante o período em que estão na escola, evita-se que o aluno fique "largado" na rua e exposto a vulnerabilidade que são proporcionadas nas zonas onde a maioria das escolas municipais estão inseridas. Crianças na situação em que a maioria se encontra nessas regiões, são expostas muito cedo e tem de escolher ainda muito jovens por caminhos que na maioria das vezes ainda não estão prontas para decidir, ali envolvidas no espaço da escola no mínimo se adia isso, na rua existe muita possibilidade de se desenvolver a "sementinha do mal", estando na escola além de se reduzir o tempo de exposição a isso, ainda se aproveita e tenta se plantar a "sementinha do bem". Além de terem alimentação balanceada no lanche e almoço oferecidos pela escola.
Nesse breve resumo se entende a importância desse projeto (e de outros semelhantes)e a contribuição efetiva na vida e formação dessas crianças. Citei algumas coisas importantes, mas existem tantas outras envolvidas, o Projeto, professores, colegas e o dia a dia, atingem cada de criança de uma maneira diferente. Entre os 75 alunos que foram recebidos hoje pela manhã, um número muito grande retornou para continuar esse anos (não sei precisar em números ainda) e foi muito gratificante ouvir dos pais o quanto o "Projeto" contribuiu na vida das crianças, e por isso levaram os pais a novamente acreditarem no "Projeto" e nos educadores que passam 3 horas de cada dia em boa companhia, sejam nós na deles, ou os alunos na nossa.
Que 2011 seja melhor do que foi 2010 e que muitas realizações façam parte desta caminhada, sempre que tiver algo relevante postarei por aqui.

Site do Projeto:

Blog do Projeto na Escola Décio Martins Costa (turno da manhã)